O DRE compara os resultados previstos em orçamento para o ano fiscal versus o que foi realizado no mês corrente.
O DRE também demonstra a evolução positiva ou negativa dos indicadores de performance da empresa apresentando tendências que exigem ações de manutenção no caso de resultado positivo ou, de correção no caso negativo.
Além dos números que são apresentados num formato padrão, existem duas variações que devem ser inseridas no demonstrativo e que auxiliam na análise.
Contraditoriamente, a ferramenta do DRE ainda é pouco utilizada para a maioria dos gestores e administradores de empresas. Inúmeros gestores que se identificam como financeiros, mas que na verdade são tesoureiros, nunca ouviram falar nessa ferramenta básica e de vital importância para gestão da empresa.
No Brasil, a incidência de impostos é bizarra e muitas vezes, simplesmente, inviabiliza a empresa que não consegue compatibilizar seus preços com o do mercado. Na prática, essa desordem exige um planejamento ou engenharia tributária constante. Vale lembrar também que os fiscais da receita não foram configurados para orientar a empresa e sim multá-la levando boa parte dos seus lucros. Não tolere nenhuma não conformidade com a Lei para que não tenha que lidar com essa situação que é , na maioria das vezes, constrangedora.
As regras e incentivos tributários variam de estado para estado, que também negociam pedágios para vendas entre eles. Para atrair empresas, alguns estados concedem isenção de ICMS, outros flexibilizam o uso do crédito de ICMS gerando uma verdadeira guerra fiscal que não deverá ser solucionada nos próximos 20 anos portanto, até 2033. Por esse motivo, não é raro empresas serem obrigadas a mudar de estado para garantir a competitividade e continuar viabilizando sua operação.
A margem apurada, ou contabilmente chamada de "Margem de Contribuição" deve ser suficiente para pagar as despesas fixas da operação - back office - e principalmente gerar o lucro combinado com o acionista. A Margem de Contribuição que determina o preço - princing.
Contabilmente, por definição, "custo" é tudo que esta relacionado ao produto, "despesa" é fixa. Par separar um do outro, não complique a equação. faça apenas uma pergunta :
Esse é a despesa da operação ou - burn rate - Com relação custos e despesas, os níveis de complexidade podem ir desde uma definição compreensível interna, que resolve o problema, até um "monstro indomável" chamado custeio ABC.
Cada conta de despesa deve seguir com rigor a orientação e principalmente os limites impostos pelo orçamento. Se sua empresa não tem orçamento e o resultado está entregue a sorte, aí tanto faz. Caso contrário, considere uma conta de despesa como um cheque preenchido previamente. Determine os valores e níveis de alçadas para aprovação das despesas. Muitos softwares de gestão contam com módulos chamados - workflow - que garantem a disciplina no processo através de sistema.
A margem, e nunca o faturamento, é que define a saúde da operação. A matemática é simples e infalível. Se a margem da empresa esta baixa, não caia na tentação simplista, preguiçosa e equivocada de cortar custos e despesas apenas. Normalmente, cortar custos é efeito e não a causa dos seus problemas. Na prática e na grande maioria dos casos, sua empresa parou e empreender, de inovar, e portanto esta colhendo os frutos podres da estagnação.
O lucro operacional mostra a capacidade da empresa em gerar resultados através da própria operação ou seja, sem contar com outros tipos de receitas como: prêmios, engenharia financeira, fiscal e tributário. Uma operação saudável, paga as despesas fixas e gera caixa.
A capacidade de gerar caixa determina o "pulmão" da empresa para:
O lucro da operação ajuda na priorização e decisão sobre as opções estratégicas e respectivos projetos estratégicos que exigem investimento. Na prática, ajuda também a decidir sobre limites seguros de tomada de empréstimos - índice de alavancagem financeira - O lucro também determina o valor do bônus para seus diretores que devem ser remunerados por resultados, ou seja meritocracia.
Na etapa do planejamento estratégico, a empresa deve saber detalhadamente quanto necessita, ou seja, qual a exigência de caixa - burn rate - para bancar uma determinada operação ou, por exemplo, o lançamento de um produto até que atinja seu BEP - break even point - , ou ponto de equilibrio.
Para calcular o montante de fluxo de caixa que deve garantir o pagamento de suas obrigações observe o ciclo operacional. O ciclo se inicia no pagamento de um fornecedor, passando pelo processo produtivo até que o produto chegue no estoque, pela venda e vai até o recebimento do dinheiro da venda, que pode inclusive ter sido parcelado para o cliente que paga em 30, 60 e 90 dias.
O controle da tesouraria ou seja, o contas a pagar e receber é essencial para eliminar as frustrações no caixa que geram tomadas de empréstimos de emergências com juros altíssimos.
Ler e entender o DRE é extremamente simples. O DRE permite observar no tempo.